A «SERRA DE SOAJO», COMO MACIÇO DO LIMA AO MINHO, NUNCA FOI IDENTIFICADA POR "MONTES DE LABOREIRO"! CONTUDO, ENGANARAM-SE MUITAS PESSOAS...
O Pe. Bernardo Pintor é contraditado por importante documento oficial que não abona a favor dos seus imaginados "Montes de Laboreiro" como sendo nome antigo e anterior ao usado em substituição de serra de Soajo!JO
Quem andou a escrever livros recolhendo determinados elementos nos escritos do castrejo Bernardo Pintor foi enganado!
Com efeito, em 28 de Julho de 1284, o rei D. Dinis emitiu um documento para transferir o usufruto, para determinadas pessoas, do «MONTE DE VALDEVEZ», que se chamava TAVARCA!
Ora este «monte TAVARCA» confrontava com outro monte do lugar de Padrão mas que, pelo facto de este último lugar pagar imposto à igreja de Santa Maria de Castro Laboreiro e, de o identificarem por «Leboreiro», fez supor ao Padre Pintor que toda a área montanhosa desta região estava incluída no âmbito geográfico de uns, por si, considerados como “Montes de Laboreiro”!
Seria a designação de "montes de laboreiro" que, mesmo sem provas concludentes, levou Bernardo Pintor, a supor ser nome anterior ao da maior parte das montanhas que GENERICAMENTE se aglomeraram, ao longo dos séculos, na designação «SERRA DE SOAJO»?!
Também imaginou, Pintor, não ter sido a SERRA DE SOAJO a denominação geral da serra, mas a falsidade "serra da Peneda" que, efectivamente, só entrou no ensino da Geografia de Portugal, fruto de vários erros geográficos, apenas em 1875, na obra de Gerardo Pery.
Contudo, na verdade, o monte Tavarca foi enquadrado, geograficamente, no diploma régio como sendo um «monte de Valdevez» e, não como de "monte de Laboreiro", apesar de ficar adjacente ao monte de Padrão, pois que foi tido na carta emitida pelo rei D. Dinis, como confinando ou limitando com Cabreiro, com Vilar, com Sistelo, com Padrão, com Luzio, e com SOAJO!
Apesar de tudo isto, e o que foi afirmado por mim em textos sobre a inapropriada denominação de "montes de laboreiro", os que beberam nos escritos de Pintor, sobre o assunto das matérias do nome ancestral da serra em causa, ao os tomarem como alargados desde Castro Laboreiro até à freguesia de Grade e, também, até às profundezas do vale de Sistelo e de Cabreiro, não deixaram de copiar coisas erradas!
Isabel Medeiros, Martinho Baptista, Elza Carvalho, entre outros, que não fizeram investigação sobre o verdadeiro nome da serra, limitaram-se a seguir, copiando em fontes de Bernardo Pintor, mas foram enganados, e, depois, enganaram outros, sucessivamente!
O valor VERDADE, na ciência geográfica, como noutros campos do saber, exige sentido crítico. Portanto, RESPEITAR, ACATAR E PREZAR, ERROS E MENTIRAS, NÃO SÃO ATITUDES ACERTADAS, LOUVÁVEIS OU SENSATAS, pois deformam o conhecimento.
Ainda, Pintor transmitiu, outro erro, ao escrever, citando, que os estatutos do Santuário de Nossa Senhora da Peneda, aprovados pelo rei D. João VI, não foram registados nos notários ou tabeliães de Soajo, porque estes não tinham livros em condições satisfatórias, e por isso, tiveram de ser feitos em tabelião de Valdevez! Constitui isto, mais outro grande DISPARATE.
Quem consultar os livros notariais do Arquivo Distrital de Viana do Castelo, afecto à Torre do Tombo, verificará que a qualidade de escrita do registo dos ESTATUTOS do Santuário da Peneda é de leitura quase "indecifrável", e verificará que a caligrafia usada nos notários de Soajo, dos anos deste registo, permite leitura muito fácil, e o estado de conservação dos livros notariais de Soajo são, rigorosamente, o oposto do que consta no livro «OBRA HISTÓRICA», publicado em 2005, da autoria do Padre Bernardo Pintor!
Outro argumento para contrariar os maldizentes de Soajo e suas gentes, é o de que em plena Idade Média, foi mandado pelo abade que fora do Mosteiro de Ázere, o qual vivendo depois em Ponte da Barca, recorreu ao NOTÁRIO de Soajo, para efectuar serviços de tabelionado!
Mas, também, ao longo do tempo constata-se que pessoas de Lindoso, de S. Jorge, de Cabana Maior, etc., recorreram à feitura de actos notariais na Vila de Soajo, e ainda nos sítios, de Farrimão ( ao rio Lima, em frente a Cidadelhe, foz do rio Soajo), junto dos marcos da Portela do Mezio, na Laje das Cruzes (à beira do rio Lima, frente a Tamente, na fronteira antiga dos concelhos de Soajo e Valdevez), etc.
Devem as pessoas em geral e os soajeiros em particular, estar atentos, pois muitas falsidades foram ditas por certas pessoas que escreveram sobre assuntos relativos a Soajo e suas gentes.
Sabendo isto não usem a IDENTIDADE FALSA QUE LANÇARAM PARA SUBSTITUIR O NOME DA SERRA DE SOAJO, porque foi essa a estratégia lançada pelo PODER MUNICIPAL VALDEVEZENSE, para MAIS COLONIZAREM SOAJO E OS SOAJEIROS desde os graves tumultos ocorridos «em a noite de 13 para 14 de Janeiro de 1852, na vila de Soajo»!
Sempre tem procurado, o poder valdevezense, denegrir as MEMÓRIAS, IDENTIDADES, HISTÓRIA, GEOGRAFIA E OS ASPECTOS CULTURAIS E PATRIMONIAIS RELEVANTES DO CONCELHO, JULGADO (TRIBUNAL) E MONTARIA REAL DE SOAJO!
Nos nossos dias e, doravante, já não nos conseguem enganar com a mesma facilidade, porque muito do passado de Soajo já foi descoberto, e nós já estamos consciencializados das matreirices do poder valdevezense, sempre desejoso para mais denegrir e difamar, directa ou indirectamente, os VALORES E IDENTIDADES FUNDAMENTAIS DA NOSSA TERRA DE SOAJO!